Entrevista para Letra Espírita

 Rita Ramos Cordeiro

Rita Ramos Cordeiro escritora

O que o Espiritismo representa em sua vida?
O Espiritismo foi um divisor de águas em minha vida. Sou espírita há 25 anos, venho de uma família católica e sou a única espírita na família. Gostava da religião que eu seguia, mas ela não conseguia preencher as lacunas das dúvidas existenciais que me conflitavam a alma naquela época. Foi somente quando conheci o Espiritismo através de O Livro dos Espíritos que tive respostas para grande parte das minhas indagações, e a partir daí fui me aprofundando neste conhecimento cada vez mais. O Espiritismo me encanta até hoje, mesmo após tanto tempo, e o que posso fazer para agradecer tanta benção é divulgar esta abençoada doutrina através do livro espírita e do trabalho que desenvolvo pela internet.

Como surgiu a ideia para o romance “Nas Garras do Tempo” e de que forma a mediunidade auxiliou em seu processo de escrita?
Quando eu fazia o curso de mediunidade na casa espírita que eu frequentava, fui convidada por um espírito, que bem mais tarde descobri se tratar de Juvenal, a realizar treinamentos de psicografia em casa, para, posteriormente escrever um romance ditado por ele. Com o suporte e orientação da coordenadora do curso iniciei os treinamentos. Após muito treinamento o romance Nas Garras do Tempo começou a ser escrito. Após encerrado o livro, foi arquivado. Anos depois, Juvenal pediu que o livro fosse revisado para tentar publicação. Nas Garras do Tempo foi meu primeiro romance psicografado.

Você teve alguma dificuldade na elaboração da história? 
Não, porque conforme escrevia eu visualizava as cenas. Apesar de, Nas Garras do Tempo ter sido meu primeiro romance psicografado, eu vivia um momento de encantamento e descoberta com a Doutrina Espírita, o que facilitou meu trabalho.  

Você poderia nos dizer algo a respeito do espírito Juvenal?
Juvenal é meu mentor espiritual e prefere não mencionar suas encarnações anteriores. Atualmente, ele faz parte de uma egrégora composta por encarnados e desencarnados onde todos trabalham para manter a paz e tranquilidade nos lares, auxiliando as famílias na educação de seus filhos, para que os jovens, que serão o futuro da humanidade não sucumbam pelo mal e influenciação dos espíritos equivocados. 

No capítulo 4 do livro “Nas Garras do Tempo”, os personagens dialogam sobre as diferenças entre o Espiritismo na França e no Brasil. Na sua opinião, por que o Brasil acolheu melhor o Espiritismo?
Apesar de o Brasil ter mais espíritas do que todas as nações do mundo, a porcentagem de espíritas no próprio país é pequena. Na minha opinião, creio que o Brasil acolheu melhor o Espiritismo por trazer em sua cultura, crenças africanas enraizadas voltadas aos espíritos, mas não foi só isso. A França e os países europeus foram atraídos pela curiosidade e pelo modismo das mesas girantes, e por não acreditarem na reencarnação não deu certo por lá. A curiosidade do primeiro momento fez com que Espiritismo atravessasse o oceano e chegasse ao Brasil. Pela religiosidade de seus habitantes, e como muitos não se afinavam com o que era-lhes imposto, se viram apresentados a uma nova doutrina que era racional e que trazia novos paradigmas, justamente o que muitos procuravam naquela época. 

Como você enxerga a perseguição religiosa na época do livro e nos dias atuais?
Penso que, a história ao longo dos séculos nos mostrou, que apesar da lentidão, o ser humano evolui desde a época da inquisição, quando a perseguição religiosa não ficou apenas no preconceito, terminando em milhares de mortes. 
Na época do livro, não foi diferente e houve uma certa evolução já que o Espiritismo foi introduzido no Brasil mesmo com todos os preconceitos da época. 
As mortes, infelizmente, continuam ocorrendo atualmente, porém, em menores proporções. 
A perseguição religiosa continua pela intolerância do ser humano em não aceitar o que difere dele, e por não compreender que cada um tem o direito de escolher sua própria religiosidade. 
Ocorre, que vivemos um momento de transição planetária quando os habitantes do planeta Terra estão meios perdidos e sem rumo, o que faz com que suas más tendências aflorem, se tornem mais intensas e se agravem. Por isso, precisamos nos fortalecer na fé, lutar para vencer nossas imperfeições e faremos isso somente através do autoconhecimento e fraternidade.  
Vivemos novos tempos em que não há mais espaço para o preconceito, de nenhum tipo. O tempo urge, é de extrema urgência mudar nossas ações e conceitos com relação ao preconceito para aprendermos a respeitar nossos semelhantes, de acordo com suas escolhas.
O respeito, a paz e harmonia precisam fazer parte da vida e da educação de nossos filhos, naturalmente, somente assim teremos um mundo melhor, sem violência.

Qual a maior lição que o livro “Nas Garras do Tempo” pode nos trazer?
A persistência dos jovens mostrou que vale a pena seguir, apesar das dores e dificuldades, enfrentadas. A fé, perseverança, o perdão, fraternidade, solidariedade, podem curar um coração aflito e auxiliar seu semelhante. Que apesar das dificuldades que fazem parte de nossa existência, elas passam e nos fortalecem a caminhada.  Cada novo dia é um aprendizado para nos tornar melhor para o futuro, mas que necessita de persistência, disciplina, insistência. Errar vamos errar sempre, o que não podemos é desistir de tentar nos corrigir. 

Considerações:
Agradeço imensamente a Letra Espírita em meu nome e dos autores espirituais pela oportunidade de levar a luz e conhecimento através da divulgação do livro Espírita! 
Que o Bom Pai abençoe a todos os leitores! 

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